Postado originalmente no Repórter Popular
Na noite de ontem, uma live promovida pelo canal da Rede Soberania contra a pulverização aérea de agrotóxicos em Nova Santa Rita (RS) sofreu um ataque virtual massivo. O evento, que foi promovido pelo MST/RS em conjunto com diversas entidades e sindicatos, tinha o objetivo de debater os impactos da aviação agrícola na região com as próprias famílias atingidas e com pesquisadores que se dedicam ao assunto. Diversos perfis invadiram a transmissão ao vivo, vários deles emitindo ataques, provocações e ameaças nos comentários da live.
Foram diversas ameaças de mais ataques químicos com agrotóxicos. Algumas mais graves, como ataques com armas de fogo, foram excluídos pelos autores dos comentários, mas testemunhas que acompanharam a live relatam que foram publicados vários comentários no sentido de atentar contra a integridade física dos trabalhadores rurais da região.
Diretamente atingido pela pulverização de veneno, o Assentamento Santa Rita de Cássia II, em Nova Santa Rita, teve dois trabalhadores idosos assassinados no ano passado. O assentamento também vem sofrendo, no último ano, diversos ataques com pulverização agrícola (ver aqui e aqui). A partir das últimas ameaças recebidas ontem, os agricultores do assentamento revelam apreensão e temem novos ataques, tanto com o avião pulverizador, quanto com outras formas de agressão às famílias que ali vivem. Confira abaixo algumas das ameaças enviadas:
Como se pode ver, os convidados da live, e as famílias sem terra, foram chamados de insetos em meio aos ataques. Foram feitas ameaça de morte por arma de fogo e envenenamento. Carbossufano, carbofurano, permetrina, malathion são substâncias químicas inseticidas, fungicidas e herbicidas utilizadas como agrotóxicos. A exposição a elas é altamente prejudicial à saúde humana. Se em nosso prato, os agrotóxicos já são uma bomba de veneno, basta imaginar quem é exposto a uma chuva destas substâncias. O agronegócio usa táticas de guerra contra o campesinato que se ergue em luta ao latifúndio e à monocultura. É preciso dar um basta à perseguição, aos assassinatos e aos envenenamentos no campo, a mando do agronegócio e do latifúndio!