Ana Primavesi na 1ª Jornada de Agroecologia da Bahia – 2012

Histórico da Teia dos Povos

A Teia dos Povos é uma aliança entre comunidades indígenas, quilombolas, sem-terra, pequenos agricultores e instituições que lutam para uma sociedade justa.

Ela surge dos debates contínuos e articulações de povos e comunidades, a partir da I Jornada de Agroecologia da Bahia em 2012, com o papel de traçar a agenda de ações anuais que auxiliam no desenvolvimento, empoderamento e emancipação das comunidades integradoras.

Foi criada a fim de atender às necessidades emergentes dos povos que a constroem, sendo esses Acampadas/os, Assentados/as, Quilombolas, Indígenas, Mestres e Lideranças de tradição oral, Terreiro de matriz africana, Pescadoras/es, Pequenas/os Produtoras/es, Estudantes, Pesquisadores/as, Profissionais em Agroecologia, Urbanos/as e a Sociedade em geral.

Trechos Agroecológicos Solidários

A Teia dos Povos destina-se a incentivar e contribuir para a produção do conhecimento científico e popular no campo da Agroecologia e outras frentes de luta como a comunicação livre e a educação popular. Dentre as ações da Teia destacam-se as anuais Jornadas de Agroecologia da Bahia; ações denominadas “Trechos Agroecológicos Solidários”, que promovem a união dos povos e saberes através da tecnologia social dos mutirões; a Rede de Sementes que articula a recuperação das sementes crioulas; ações internas, como as formações políticas e ações externas como a participação em conselhos, incluindo o Conselho Gestor do Parque Nacional Serra das Lontras, o Conselho Estratégico Social da UFSB – Universidade Federal do Sul da Bahia, e o Consorcio Intermunicipal da Mata Atlântica (CIMA); o projeto Dias de Campo em parceria com o Instituto EcoBahia, Instituto Cabruca e o Instituto Biofábrica de Cacau para disseminar conhecimentos científicos e práticos no sistema de Cacau Cabruca e árvores nativas e outras atividades de cunho social e/ou agroecológico em que a Teia é convidada a participar e cooperar.

A partir do desenvolvimento de solidariedade e trabalhos coletivos para empoderar as sementes crioulas e o bem viver, a Teia dos Povos vem instituindo mudança significativa na realidade dos povos tradicionais, sociedade civil organizada e urbana, contribuindo a nível nacional e internacional no debate e difusão das práticas agroecológicas e incentivando a união de povos do campo, das matas e das águas, territorialmente e nacionalmente em prol de suas lutas, necessidades específicas e comuns, guiados pela transição agroecológica na produção e nas relações para a transformação social.

V Jornada de Agroecologia da Bahia – Porto Seguro BA

Atualmente, a Teia dos Povos é composta por 27 espaços de atuação entre núcleos, setores, acampamentos, quilombos, assentamentos, comunidades indígenas. Há elos e núcleos do Extremo Sul ao Recôncavo.
A formação política é fundamental e estratégica para todos os povos que compõem os elos da Teia, imprescindivelmente nos processos de luta pela terra e território, pois fortalece a atuação dos povos em seus territórios. Diante disso, a Teia dos Povos definiu como prioridade estratégica a formação política das mulheres, homens, crianças e jovens a partir da necessidade de atuação como guardiãos das sementes, da floresta, dos saberes tradicionais, da ancestralidade e do bem viver.

Distribuição de mudas nativas e frutíferas feita pela Teia dos Povos

Princípios da Teia:

  • Lutar em defesa da terra e do território e construir uma rede de solidariedade entre os povos.
  • Terra e alimento como princípio filosófico e de vida que se constrói através da solidariedade irrestrita aos movimentos pela defesa da territorialidade, tendo como instrumento a pedagogia do exemplo.
  • Reafirmar o olhar ancestral na edificação de um novo período, contextualizando à nossa forma. Mais que a gênese das nossas práticas agrícolas, partimos dos conhecimentos ancestrais. Nos territórios já conquistados, lutar pela segurança alimentar e soberania alimentar de nossos povos ancestrais.
  • Nos territórios já conquistados lutar pela segurança alimentar e soberania alimentar de nossos povos tradicionais, compreender o valor contido nas sementes através da Rede de sementes crioulas.
  • Construir a Rede de educação dos Povos através das Escolas Indígenas, quilombolas, das águas e das marés, do terreiro e do tambor.

 

Teia dos Povos na Feira de troca de sementes no FSM 2018 – Salvador – BA

Atividades da Teia:

  • Jornada de Agroecologia da Bahia;
  • Pré Jornadas de Agroecologia;
  • Encontro de Mulheres da Teia;
  • Encontro de Jovens da Teia;
  • Formação continuada
  • Práticas Agroecológicas:
  • Mutirões com plantio de sementes crioulas e restauração da floresta na implantação de SAFs;
  • Trocas de Sementes crioulas;
  • Cursos de Formação continuada voltada para agroecologia.
  • Implantação de 400 mil há de SAF e Cacau cabruca na mata atlântica na Bahia.
  • Feiras agroecológicas

“O que nos une é maior que aquilo que nos separa”