O quarto dia de mobilização da Jornada de Lutas 2015 foi marcada por mais uma marcha à sede da governadoria. Os movimentos sociais do campo e da cidade, indígenas e quilombolas dirigiram-se até o Gabinete do Governador Rui Costa para buscar respostas concretas à pauta de reivindicações entregue no primeiro dia de ação.
O movimento organizado reivindica o diálogo junto ao governador Rui Costa em busca de respostas concretas acerca da pauta de reivindicações, que traz dentre outras coisas a necessidade de avançar a Reforma Agrária, paralisada no Brasil nos últimos anos; garantia de demarcação de terras indígenas, quilombolas e de comunidades tradicionais; posicionamento do Estado contra a PEC 215; garantia de assessoria técnica rural pública às comunidades do campo; moradia, educação de qualidade, dentre outros.
Durante a tarde desta quinta feira (16) a Comissão de Negociação, esteve em reunião junto ao Secretário da Casa Civil, Bruno Danster; Secretaria Estadual de Relações Interinstitucional, Josias Gomes; Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Geraldo Reis; Secretaria de Políticas para as Mulheres, Olivia Santana; e o Secretário do Desenvolvimento Rural, Gerônimo Rodrigues.
Após horas de negociação, o Governo, através dos seus representantes apontou o posicionamento do Estado, indicando a possibilidade de ampliar o diálogo junto ao movimento unificado. Ainda, informou que após o detalhamento da pauta através das respectivas Secretarias, haverá os encaminhamentos ao Governador para nova rodada de negociação, a ocorrer no dia oito do próximo mês. Os secretários ressaltaram ainda a notável clareza dos movimentos, ao posicionarem-se de forma a pressionar o Estado em busca de avanços pelos direitos da classe trabalhadora, entendo o papel dos Movimentos Sociais.
Para a avaliação dos representantes dos movimentos sociais do campo e da cidade, indígenas e quilombolas esta rodada de negociação foi bastante positiva, em função do reconhecimento pelo Governo da unidade e organização dos movimentos e da força de suas lideranças, demonstrando a força popular da mobilização. Além disso, indicam que a grande vitória desses três dias de mobilizações e pressão popular foi a inclusão das pautas reivindicadas na agenda do Governador. No entanto, ressaltam o desafio posto à mesa: a necessidade de trabalhar a organicidade e a formação dos militantes dos movimentos unificados visando avançar numa perspectiva revolucionária.
Os movimentos sociais do campo e da cidade, indígenas e quilombolas continuam acampados na sede do INCRA por tempo indeterminado.