Posted on: 17 de junho de 2024 Posted by: michele Comments: 0

Com a fé na justiça de Xangô, confiando no movimento de Iansã, com a benção de Mãe Preta e a guiança de Seu Sete, a Teia dos Povos em Luta no Rio Grande do Sul se reuniu no sábado e domingo (8 e 9 de junho).

Primeiro na Comunidade Kilombola Morada da Paz – Território de Mãe Preta, em Triunfo (RS), onde aconteceu o Terreiro de Chão Batido, ritual da Nação Muzunguê, momento de sejamento da fé em comum unidade. Também se viveu a capoeira, o plantio de um corredor de goiabeiras, a partilha do alimento, o vínculo, o rezo, o afeto. Ajuntamento como ato político, afetivo e revolucionário.

No Ipadê da Teia dos Povos, na noite de sábado, o pedido coletivo do axé de fala, da intenção da construção, da busca por orientação conjunta, em revolta, com união.

Espaço de escuta, de cura, frente a tanta desgraça que o colonialismo e o capitalismo apresentam aos povos. Desta vez enchente, usada pelos de cima para remover, desterritorializar, matar, lucrar. Racismo ambiental. Negacionismo. Porém nos olhamos com a consciência de que o povo preto, indígena, pobre e trabalhador vive esse desespero há séculos. Construir o caminho, em aliança, em teia, de protegimento dos territórios e da vida, da luta contra o colonialismo.

“Lidar com o tempo”, como trouxe o cacique Mbya Guarani André Benites.

Encontro para o fortalecimento do Okan (coração). “Mesmo quando coisas ruins acontecem, o pior não nos acontece“, disse Mãe Preta.

Caravanas de Santa Maria (Assentamento Carlos Marighella, Guandu, Agroecologia, Vila Resistência, Ateliê Griô), Porto Alegre (Aldeia Kaingang Van Ká, Ateneu Libertário A Batalha da Várzea, Grupo de Capoeira Angola Raízes do Sul), Maquiné (Tekoa Ka’aguy Porã e Guyra Nhendu, Território Junana), Viamão (Assentamento Filhos de Sepé), Alvorada (Eyokan de Mãe Preta Movimento de Jovens da quebrada da borda da periferia).

Na manhã de domingo (9), partimos em jornada até o Quilombo dos Machado, na Zona Norte de Porto Alegre, bairro Sarandi, em uma ação de solidariedade direta e real. A escuta da necessidade, do contexto e da revolta. A transmissão do fortalecimento conjunto.

Seguimos em marcha a re-sonhar este mundo, no fortalecimento dos territórios e dos vínculos de confiança para acirrarmos a luta pela terra, pelo respeito a Consulta Prévia Livre Informada de Boa fé dos Povos da Terra Preta, por autonomia e por bem viver.

Não há nada que justifique a falta de esperança, ensina Mãe Preta.

Avançaremos!

Leave a Comment