Aos Núcleos de Base,
Aos Elos da Teia,
Às Regionais,
Aos apoiadores e às apoiadoras,
À Rede de Mulheres,
Irmãs e irmãos da Teia dos Povos, muitos de vocês devem estar agora em seus territórios, juntos aos seus cuidando de si e de seus familiares, seus amores. Esta é a recomendação. Não podemos ser dos imprudentes, nem dos que desacreditam. Nossos irmãos e irmãs estudiosos da área nos tem explicado detidamente para que não possamos nos machucar com esta pandemia de coronavírus. O autocuidado, o autoamor é tarefa individual necessária para não submergirmos na humilhação que o capitalismo, o racismo, nos impõem.Haverá uma nova conjuntura o fim desta crise sanitária, econômica e política. Isto não quer dizer que o protofascismo acabou ou está morrendo. O capitalismo, o racismo, o machismo e toda sorte de violência sistêmica que nosso povo tem enfrentado não se morre de morte morrida. Assim, acreditamos que temos tarefas a cumprir neste momento de isolamento.
- Trabalhar pelo acesso a água e pela soberania hídrica. Não é possível enfrentar esta pandemia e as outras que podem vir sem água. Nosso último grande encontro travou grande reflexão sobre o tema. O aprendizado precisa se mostrar agora na prática. Sistemas de captação de água de chuva, cuidado das nascentes e das matas ciliares, estas tarefas urgem. É essencial que nossos núcleos e elos urbanos entendam isto: os sistemas hídricos dos grandes centros estão colapsando e com esta demanda por mais água para lavar mãos, roupas e etc, os capitalistas vão deixando as periferias com menos água para ofertar às classes ricas e médias. Construir cisternas com captação de água de chuva é garantir o acesso a este bem tão precioso;
- Cultivar alimentos e fazer reserva. Não sabemos a tamanho da crise capitalista, mas é certa que é a maior que esta geração viu e viveu. Os alimentos, portanto, podem subir de preço, faltar por produção ou por distribuição. Lembramos sempre: o agronegócio alimenta países estrangeiros e não nosso povo. Não é possível confiar no latifúndio que mata indígena, quilombola e sem terra como quem poderá cuidar de uma potencial crise de abastecimento. Então urge que cada território invista na produção de alimentos. Ampliem as roças, os sistemas agroflorestais e produzam reservas de sementes crioulas. É possível que tenhamos que alimentar companheiros e companheiras que poderão estar em situação de fome em poucos meses;
- Retornar ao território, abandonar a ilusão do consumo urbano. A crise será dura e os companheiros e companheiras dos grandes centros urbanos precisam buscar o caminho do território com soberania hídrica, alimentar e energética. A cidade grande não tem sustentabilidade. Precisamos organizar os movimentos urbanos para ocupar terra, enfrentar a fome que se avizinha. Se cada movimento urbano tiver uma terra para produzir alimentos, teremos condições de ajudar aqueles que não conseguem sair da cidade;
- Isolamento é tempo de cuidar de si. É preciso ocupar-se em curar feridas internas, meditar, cumprir com seu ritual, zelar pela sabedoria dos encantados, fazer arte, compor, escrever e tudo que possa ajudar no processo de cicatrização dos machucados que este sistema nos tem imposto. O mundo que queremos construir precisa de militantes, guerreiras e guerreiros saudáveis de mente e corpo. Então é essencial também ter a melhor alimentação possível, ter cuidado com os excessos. Não submeter ao uso e abuso de drogas, lícitas ou não. Precisamos de todos vocês inteiros para a luta que vem;
- Entender nossos desafios. Nossa militância precisa estudar o capitalismo, estudar a sociedade brasileira, as dores do racismo, as violências contra as mulheres. É tarefa de toda militância está consciente da luta que está travando. Chega de ignorância e de uma esquerda festiva que não vai fundo nas reflexões política;
É importante dizer que haverão muitas ilusões. Muitos capitalistas se passarão por humanistas para tentar dizer que há um outro capitalismo possível. Muitos político neoliberais vão dizer que são contra este mau governo. E mesmo, muitos políticos das esquerdas vão se apresentar como capazes de mudar a expressão perversa do capital. Não podemos colher estas ilusões. Devemos ceifar e deixar que morram. O nosso caminho perpassa pela terra, pelo território, pelo amor e cuidado com a vida, a natureza. Não há mais razões para acreditarmos em conciliação de classes ou que haverá uma democracia enquanto não há terra, moradia, renda para nossos povos. Nossa economia é cuidar dos povos e da Mãe Terra, não podemos negociar isto.Nós da Teia dos Povos conclamamos aos povos, territórios, guerreiras e guerreiros de luta para construir um outro caminho, uma outra economia e um território de vida, justiça e dignidade.
O que nos une é maior do que os que nos separa.
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Juntos em consenso pleno para gestionar sustentabilidade integral nosso território de identidade agroflorestal orgânico priorizando a economia familiar e agregando valores de forma solidaria cooperativa e complementaria.
Viva a Teia dos Povos , viva a Unidade entre nós