Desde o dia 1º de maio de 2021, refugiados do genocídio, do coronavírus e do capitalismo iniciaram a construção de um território na busca por autonomia e dignidade. Em um terreno no município de Itaguaí – RJ que seria destinado à construção de um polo petroquímico que nunca foi nunca concretizado, famílias erguem a bandeira do Movimento do Povo e constroem suas casas e espaços comuns de produção e preparação de alimentos, de sociabilidade e de conforto físico e mental. Ao todo, já são mais de 3.000 famílias construindo a luta popular do Campo de Refugiados 1º de Maio, sendo a maioria de famílias brasileiras e contando também com famílias nigerianas, angolanas, haitianas, portuguesas, venezuelanas e chilenas.
O Movimento do Povo é formado sobretudo pelo povo em luta, juntamente com militantes históricos do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), militantes da luta popular. O movimento começou a se organizar a partir da construção do Campo de Refugiados 1º de Maio. As atividades do Movimento do Povo e do Campo de Refugiados 1º de Maio estão sendo divulgadas pela página que mantêm no Instagram, e recomendamos fortemente acompanhá-la.
O Campo de Refugiados 1º de Maio é um programa poderoso de retomada da terra, que tem como objetivo subir floresta e gerar riqueza e moradia para o povo. A luta organizada junto ao Movimento do Povo tem muita clareza em objetivos e na visão sobre a conjuntura, além de muita certeza na ação concreta de luta popular. A luta de nossas companheiras e nossos companheiros é pela retomada da terra e construção de um território autônomo, rebelde, livre das opressões do estado e do capital.
Foto publicada originalmente na página do Instagram do 1º de Maio.
O Movimento do Povo e o Campo de Refugiados 1º de Maio têm recebido apoio material e imaterial da Federação Única dos Petroleiros (FUP), militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) do subúrbio carioca e do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). Esses apoios têm contribuído para a construção de moradias e espaços comuns, com a manutenção da cozinha comunitária e com a viabilização do sistema agroflorestal da comunidade, colaborando com a caminhada em direção à soberania alimentar das famílias.
Neste momento, as principais necessidades apontadas pelo Movimento do Povo podem ser divididas em três frentes. A primeira frente é a segurança alimentar das famílias. Mesmo com o suporte fundamental dos apoiadores, ainda existe dificuldade de acesso a proteína vegetal e animal. Devido à crise econômica que atinge nossos povos, o alto preço dos alimentos tem dificultado o acesso a itens de maior valor. O 1º de Maio precisa do apoio regular do maior número possível de pessoas e entidades para que as famílias que ocupam e constroem o território possam ter sua segurança alimentar garantida.
Videos publicados originalmente na página do Instagram do 1º de Maio.
A segunda frente diz respeito à infraestrutura do Campo de Refugiados 1º de Maio. O acesso à água potável ainda é precário e não há acesso à energia elétrica. Assim, as acampadas e os acampados precisam de materiais para a construção da infraestrutura hidráulica e elétrica, como encanamentos, caixas dágua, fiações, conectores. Além disso, a cozinha comunitária encontra-se em um espaço provisório, sendo necessário construir um espaço permanente e adquirir equipamentos que viabilizem seu funcionamento. Ademais, há a necessidade de um levantamento topográfico da área retomada pelo Movimento do Povo, o que demanda a participação de um profissional da área.
Nas próximas semanas, o Movimento do Povo também vai dar início à construção do sistema agroflorestal, e serão necessários insumos para recuperação do solo degradado e sementes e mudas para plantio. Por fim, para os próximos meses, está planejada a construção de casas a partir de bioconstrução, sendo necessária a socialização de saberes e técnicas e a presença de pessoas com experiência nessas artes.
A terceira frente envolve os cuidados em relação à Covid-19. Tendo em vista as dificuldades de acesso à água potável, o Movimento do Povo nos informa que é necessário distribuir máscaras de proteção de maior qualidade, como aquelas do padrão PFF2, para as acampadas e os acampados.
Este é um chamado à solidariedade dos povos em luta. Convidamos todas as companheiras, todos os companheiros, todos os povos, todas as entidades que constroem a luta popular a apoiarem o Movimento do Povo e o Campo de Refugiados 1º de Maio.
A Teia dos Povos e o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) têm unido esforços para a viabilização do sistema agroflorestal e das bioconstruções. Estamos construindo uma rede para o envio de sementes e mudas e estabelecemos contatos com quadros importantes para a socialização de saberes sobre sistemas agroflorestais, permacultura e bioconstrução. Além disso, nós, da Teia dos Povos, estamos contribuindo com a campanha para a arrecadação de máscaras PFF2 e de recursos para sua aquisição. Você pode doar as máscaras diretamente para o acampamento ou contribuir com recursos financeiros através do PIX 21988721454, em nome de Valter Veríssimo Gomes.
Contribua com a luta popular. Contribua com a luta por terra e território das acampadas e dos acampados do Campo de Refugiados 1º de Maio.
E digam ao povo que avance! Pois avançaremos!
Pessoas,
Convertam a área em ZEIS zona de interesse social.
Dica do DNER (responsável por derrubar os barracos) aos moradores da favela JD Edith em SP.
Agreguem arquitetos e engenheiros e projetem uma solução linda.
Vai sobrar espaço para parque, lazer, comércio,….
Funcionou no Jardim Edith em Sampa vai rolar no Residencial 1o de Maio.
https://m.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/mmbb-arquitetos_/jardim-edite/889
https://m.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/mmbb-arquitetos_/jardim-edite/889
Funcionou na ocupação hotel cambrige referência na bienal de Chicago.
https://2019.chicagoarchitecturebiennial.org/current/contributors/mstc_in_collaboration_with_escola_da_cidade_and_o_grupo_inteiro
Mostra pra esses cú genocidas como é que se faz!
Força, saúde e sucesso!!