Posted on: 24 de agosto de 2020 Posted by: Rafique Nasser Comments: 0

Terra e Território são fundamentos que conduzem a Teia dos Povos. Terra e Território que, historicamente, foram roubados de nossos ancestrais originários e negados ao povo africano em diáspora. Da Terra pode, se bem cuidada, nascer o alimento. No Território estão as chances de sobrevivência, identidade coletiva, autonomia, defesa de nós e dos nossos. Sabemos que a estrutura colonial e o latifúndio trabalham continuamente pela marginalização do povo preto nas grandes cidades e pelo assassinato em massa de povos indígenas, invadindo e expropriando nossos territórios de maneira injusta e indevida.

Desde 2012, a Teia dos Povos está inserindo no espaço público o debate e ação articulada pela Terra, Território e Soberania Alimentar – a partir dos saberes tradicionais e da agroecologia. Temos ouvido a mensagem de quem tem uma longa trajetória na busca da liberdade, de quem nunca se rendeu à crueldade do capital, de quem sonha e constrói uma outra forma de viver. As Jornadas de Agroecologia da Bahia,  por exemplo, são encontros de guerreiras e guerreiros dos elos dedicados à troca de experiências das comunidades. Lá vamos todos nós – juventude, educadores, militantes – para uma imersão na construção da organização popular.

Recentemente, no dia 18 de agosto, foi publicada a transcrição da aula – ou roda de diálogos – Terra Vista, Terra Mãe: Existência Grandiosa no Campo, oferecida pelo Mestre Joelson Ferreira na disciplina Artes e Ofícios dos Saberes Tradicionais: Políticas da Terra, como parte do Programa de Formação Transversal em Saberes Tradicionais  da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Joelson é dos articuladores da Teia dos Povos, junto de figuras como Mestra Maria Muniz Pataxó Hã-Hã-Hãe e Cacique Nailton Muniz Pataxó Hã-Hã-Hãe, Mestre Jorge Rasta, Nádia Akauã Tupinambá e Cacique Ramon Tupinambá, Cacique Juvenal Payayá e Otto Payayá, Mametu Kafurengá, entre muitos outros e outras. 

São pessoas como estas que, a partir da tradições orais, das vivências e reflexões cultivadas nas lutas, nos fortalecem nessa grande batalha que é a quebra dos latifúndios que buscam conter a verdadeira libertação. 

O texto, que tem pouco mais de vinte páginas, pode ser descarregado gratuitamente em PDF. Ele apresenta uma reflexão profunda sobre a história política e social do Brasil, aponta caminhos para a importância da descolonização do pensamento e para o cuidado com a memória dos ensinamentos dos nossos antepassados.

Sendo uma reflexão enraizada na complexa e longa experiência do Assentamento Terra Vista, a aula de Joelson nos oferece uma visão preciosa e nada romantizada sobre a necessidade de ocupar a terra, plantar boa comida e construir uma unidade, em forma de aliança, em torno de um processo revolucionário capaz de superar esse tempo e o seu modelo de produção que adoece a sociedade.

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