Posted on: 28 de dezembro de 2020 Posted by: Teia dos Povos Comments: 0

*Por Hamilton Borges da Organização Política Reaja Ou Será Morto, Reaja Ou Será Morta

Os rastros de desgraça, traição e vilania foram revelados como ferida exposta do governo do Estado da Bahia para todo o Brasil pela operação faroeste da Polícia Federal.

Não tem como mensurar. Muita coisa ainda vai ser trazida. Sabemos que esses esquemas milionários, como tudo que tem importância na vida pública, terá a ausência total dos pretos que fazem o cordão auxiliar a tudo que diga respeito a esse governo de traição, governo que auxilia a grilagem e as milícias que se espalham pelo interior e pela capital baiana.

Esses pretos, que tanto rivalizam com os que trilham a autonomia e a independência, não são importantes para seus chefes poderosos que deixam caminhos de farelos para que disputem entre si na administração, em forma de editais, cargos desimportantes e algum dinheiro para boca de urna de dois em dois anos. Com certeza, eles gostariam de estar metidos nesses esquemas, da mesma forma que fazem blindagem sem remorsos à uma administração que tem na sua lógica de segurança pública, brutalidade, letalidade e tortura.

Mesmo diante de tanta podridão comprovada, essa gente tentou disputar eleições e alguns conseguiram, pela mesma legenda que, a despeito de todo esse culto hipócrita sobre a Bahia, sua alegria e harmonia racial, terra preta, ou qualquer folclore desses que se espalha pelos núcleos universitários e agora os sofás de televisão. Aqui, em tudo tem os brancos como comando central irrefutável. Os brancos baianos, os brancos intocáveis herdeiros do tráfico escravo, os brancos poderosos nas igrejas, no axé music, no pagode pancadão, no partido de esquerda, direita e centro. Trataram logo de barrar projetos e impor a militarização no meio da pandemia. Executaram a dancinha da igualdade, enquanto o MENUDO da segurança pública, Mauricio Teles Barbosa, protegia os gigantes do agronegócio, os titãs da grilagem, da agroindústria, dos desvios de água potável para fins de extração de minério e beneficiamento do câncer e outras doenças que afetam os pobres, os pretos e pretas. Tudo operado com o banho de sangue de Sem Terras e Sem Teto que lutam arduamente para a distribuição justa de espaço, para o bem viver do povo espoliado historicamente. Tudo executado por essas mesmas pessoas de pele rosada que há séculos agem com o crime, mas sobre o manto das leis que eles mesmos produzem.

Esses projetos sociais-democratas com insígnias de socialismo fracassaram em seu projeto de poder, porque optaram pela conciliação com o inimigo, enquanto alguns políticos históricos enriqueciam. Mais que conciliação, o PT e seus partidos aliados operaram a traição histórica a seu próprio legado de uma esquerda branca, esclarecida.

Nada novo, o difícil é encarar figuras históricas do movimento social dos negros, alguns que sempre agiram as sombras dos chapas branca, que sempre souberam que os partidos não dariam nada a eles, senão sobras de um falso poder de governo. Porque essas lideranças continuam a bajular essas plataformas políticas que nunca os coloca no centro decisório? No núcleo duro do poder das esquerdas baianas? Porque os pretos têm seu “lugar de fala” reservado para os editais da SEPROMI e os desfiles de carnaval no Curuzú, talvez possam passear pela festa da Vogue com todo seu cheiro colonial e seus apetrechos de casa grande. Porra, a senzala venceu! Mas ainda é escrava!

Tudo está sendo apurado. O Departamento de Homicídio, com a Corregedoria de Polícia. Agora prefiro acreditar na versão dos meus policiais até que algum outro fato apareça. A resposta da polícia tem que ser dura e energética no combate ao crime organizado.


Mauricio Teles Barbosa, membro de grupo criminoso, atuando como passa pano do crime organizado, fazendo declaração sobre a Chacina do Cabula

Em plena dor que envolvia os familiares dos jovens assassinados no Cabula por policiais da RODESP, grupamento que cresceu em brutalidade e execução de pretos na gestão de Rui Costa e mais precisamente de Mauricio Teles Barbosa secretario afastado, lideranças optaram pelo silencio cínico ou pela colaboração subalterna, ocuparam cargos nas secretarias, se abrigaram como recompensa a seu apoio a eleição em que, em absurda vergonha, apoiaram Otto Alencar com sua plataforma eleitoral de defesa da pena de morte e da prisão perpetua. Tiveram que aceitar o fechamento de escolas, a dureza do governo nas greves de educação que levou a um demorado sofrimento professores, estudantes e famílias.

As chacinas, execuções sumarias e extrajudiciais e os conglomerados de grupos de extermínio já atuavam no interior muito antes dos governos petistas ocuparem o palácio de Ondina. Uma olhada no relatório extenso da CPI Nordeste pode iluminar seu caminho para entender que o PT abriu mão também dessa vocação de ser contenção da luta pelos direitos humanos se tornando dentro do governo, verdadeiro algoz e no parlamento meramente replicante de discursos que nunca chegavam ao núcleo do poder, nada alterando a situação de morte a que estamos submetidos.

Mas o que sabíamos como intuição política se revelou como verdade bombástica e histórica, do gabinete do secretário de segurança pública do Estado da Bahia, homem de confiança do governador, amigo, camarada, linha dura que coordenou operação quilombo, tirando qualquer possibilidade de lapso temporal com a fundação da PM que em seu site se gaba de ter destruído quilombos e levantes negros ao longo da história.

O genocídio se opera para além da bala. A extração de minério, a radiação que se espalha gerando lucro para empresas brasileiras, chinesas, japonesas, americanas, tudo em nome do progresso da elite baiana que tem sob controle os elementos periculosos que estão no Tribunal do Justiça, no Assembleia Legislativa e no Governo Baiano, qualquer dessas instituições não dão o menor valor a vida negra, portanto não devem ser levadas em consideração.

As eleições foram importantes para trazer novamente esse debate raso dos crentes no sistema de justiça brasileiro: “Mas se não for pela eleição vocês propõem o quê? ”

Nós estamos propondo dar seguimento a rebelião, a revolta, sair de nossa situação de subalternidade, criarmos nossas próprias iniciativas e dentro de nossos territórios cuidarmos de nosso povo. Criação de escolas, livrarias, plantação, traçar um plano de saúde, de segurança e de educação baseado na nossa própria história, eliminar de nossas vivências essas descrenças em nossas próprias forças, criar outro modelo de luta que seja baseada na nossa capacidade comunitária de sonhar e construir.

Está aí, basta fazer e estamos fazendo.

Sobre Mauricio Teles Barbosa? Ele é carta fora do baralho, a carne que se corta quando o bicho pega, ele representa os Ases do Mal da política brasileira.

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