
RESGATE DE NASCENTE💧
Aqui é cheio d’água. Tem rio, riacho, córrego e nascente. Mas a única forma de ter água de beber é com 300m de mangueira morro acima. Lá em cima tem uma nascente linda e antiga, que já foi fonte de várias famílias antes de nós. Desde os tempos que a casinha dos vizinhos da frente era uma escola pra 40 crianças, todo mato era roça e todo final de semana tinha baile na vizinhança. E desde essa época, essa nascente nunca foi protegida. Aqui no morro e no meio do mato, se não protege a nascente, a terra acumula, as raízes vão pra cima e logo, da água, não se tem mais notícia. Foi o que aconteceu aqui. A terra foi acumulando e obstruindo o caminho da nascente e o poçinho que ela formava. Assim, cada vez vinha menos água pra caixa d’água, faltas de água mais frequentes e mais demora pra ela voltar. Dia 30, deu um estafo total e teve problema na nascente, no cano, e em várias emendas da mangueira. Tudo isso pra dizer que ficamos duas semanas sem água, fazendo de tudo pra resolver esse problema. É preciso assegurar diversos meios de acesso a água pra, quando um deles estiver ameaçado (e eles um dia estarão ameaçados), a gente tenha tempo, e água, pra ir lá resolver esse problema.
O que fizemos na prática foi identificar o problema de pouca vazão na nascente e muita sujeira acumulada (lodo, folhas, argila). Abrimos o buraco do poçinho que estava cheio de sujeira e tiramos toda a camada de anos de terra, argila e areia que tinha se formado ao redor do côncavo de pedras natural da nascente. Descemos o morro com tijolos, cimento e areia. A cada arenito quebrado e retirado, mais um fiozinho de água. E assim a gente foi indo, de formão e martelo, devagarinho, com muita sede, e fazendo o trabalho mais bonito dos últimos anos. Quebrar pedra e verter água.
Veja os registros do resgate de nascente:







Com formão e martelo tirando os arenitos que se formaram em cima da nascente
Trazendo tijolos morro abaixo
Água escorrendo, metade da terra já retirada