Posted on: 3 de abril de 2018 Posted by: Teia dos Povos Comments: 0
Teia dos Povos

A Teia Agroecológica dos Povos foi criada a partir dos diálogos continuados da I Jornada de Agroecologia da Bahia, realizada em 2012, no Assentamento Terra Vista. Em formato de rede, ela tem o papel de traçar a agenda de ações anuais que auxiliam no desenvolvimento, empoderamento e emancipação das comunidades e elos que a integram. Participam e constroem a Teia assentados(as), quilombolas, indígenas, mestres de tradição oral, campesinos(as), estudantes, pesquisadores, educadores, crianças, juventude do campo e urbana.

I Jornada de Agroecologia da Bahia, com Ana Primavesi, 2012

A Teia dos Povos é um Movimento Agroecológico inserido nos movimentos e comunidades, promotor de mudanças para uma nova sociedade a partir da emancipação, autonomia e dignidade do ser humano, da Mãe Terra e das suas sementes.

A Teia tem como princípios fundantes:
I. Terra e alimento como princípio filosófico e de vida, que se constrói através da solidariedade irrestrita aos movimentos pela defesa da territorialidade, tendo como instrumento a pedagogia do exemplo.
II. O trabalho e o estudo para liberdade que possibilite a construção de um novo modo de vida, desconstruindo a herança dos modelos capitalista, racista e patriarcal.
III. Reafirmar o olhar ancestral na edificação de um novo tempo, contextualizado à nossa forma.

Banner do Projeto 3 Pedrinhas

Projetos sociais realizados:
Projeto Três Pedrinhas (2014):

Uma ação agroecológica resultante da Teia dos Povos que pautam uma política de respeito à terra e à ancestralidade tendo esses pontos como fundamentais no respeito à Mãe Terra e tudo que Dela descende. Trouxe saberes tradicionais populares relacionados à força matriarcal na Agroecologia, Educomunicação, ervas sagradas, partejar, Tambores e rituais de etnias originárias afrobrasileiras. Realizada em três comunidades da Teia em três trechos, assim o primeiro trecho foi realizado no Assentamento Terra Vista, o segundo na Casa de Boneco de Itacaré e o terceiro no posto Indígena Caramuru Catarina Paraguaçu.
À partir dos Trechos de vivências que acontecem nas três comunidades, o projeto gera intercâmbios e vivência com mestras e mestres da tradição ancestral da cultura do partejar, das ervas medicinais e sagradas, do tambor e dos rituais.
A Educomunicação e a apropriação tecnológica são ferramentas de produção e difusão de conteúdos pedagógicos, utilizando-se para isso de linguagens como o rádio, o audiovisual, jornal impresso e fotografia.
Projeto Rede de Sementes Agroecólogicas dos Povos (2015- Presente) :

Sementes Crioulas

Na busca pela segurança e soberania alimentar de nossos povos tradicionais, nos voltamos ao início: as Sementes. Mais que a gênese das nossas práticas agrícolas, partimos pelo resgate dos conhecimentos ancestrais que asseguram a permanência e resistência de nossos irmãos Indígenas, Quilombolas e Camponeses, Assentados e Acampados de Reforma Agrária em seus territórios, para reger nossas ‘novas’ práticas técnicas e culturais afim de promover as mudanças necessárias para garantir a perpetuação e fortalecimento da existência dos povos tradicionais no atual sistema instaurado em nossa sociedade. É “tempo de buscar paciência e sabedoria”, portanto, começaremos por juntar os grãos e as milhares de histórias, lutas, experiências, vivências e conhecimentos de tantos povos, que cada semente carrega. Talvez seja essa, não apenas a base, mas, um dos objetivos principais da Rede; compreender o valor contido nas sementes. A construção da rede de sementes da Teia dos Povos é concretizar espaço uníssono para guardarmos com segurança os grãos e saberes coletados em cada canto de nossos territórios, de nossa grande pátria e ao redor do mundo, pois vivemos a degradação da biodiversidade das sementes simultânea à apoderação das mesmas por grandes empresas que vêm impondo sua hegemonia atendendo apenas aos seus interesses capitalistas. Foi frisado o papel da juventude na luta em defesa, e em prol de suas raízes.

Feira de Sementes de Crioulas, 2015

A grande dificuldade deixou de ser o acesso ao conhecimento, o acesso aos meios de comunicação, dando lugar à falta de interesse pelas causas e tradições de nossos povos. A internet, e suas milhares de ramificações e modos de acesso, é uma grande ferramenta que principalmente a juventude precisa se empoderar e assumir controle sobre quais informações lhes são úteis, quais culturas lhes são agregadoras e quais degradam seu povo e suas lutas, ao invés da simples reprodução e aderência à tradições alheias a nossa realidade, que são impostas pelo/para o convívio social. Precisamos que nossos jovens saibam as histórias de nossos povos e que também saibam e desenvolvam tecnologias em prol da promoção de avanços voltados aos nossos povos.

 

 

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